Temos visto muitas pessoas comentando e procurando por Máscara com Filtro aqui na Loja, e por isso decidimos criar este artigo a fim de mais esclarecimentos. É perceptível que ainda haja uma certa confusão sobre os EPIs para Proteção Respiratória, e por isso sentimos que toda informação é válida neste momento.
A verdade é que esta é mesmo uma das áreas de maior confusão por entre os EPIs. Acreditamos que possa ser pelo fato de existirem muitas variáveis, com nomenclaturas e siglas bem complexas mas que devem ser de fato entendidas para que haja proteção.
A prova disso é que, para o bem da Segurança do Trabalho, devemos dizer que não existe “Máscara com Filtro” mas, sim, Respirador com Filtro. Porém, sabemos que, ainda assim, esta é uma das maneiras em que o EPI é conhecido e, apenas por isso, iremos nos referir desta forma, neste artigo. Apenas para fim de fácil compreensão.
O mais importante, é ter plena consciência de que os Equipamentos de Proteção Respiratória são fundamentais em diversas atividades profissionais. Por isso, independente da maneira que você queira chamar, deve conhecê-los pelo que realmente são.
Cada característica específica de um equipamento pode fazer toda a diferença no momento de oferecer proteção. E, por isso, é essencial que sejam reconhecidas e que todos estejam cientes dessas variáveis.
Portanto, se você deseja saber mais sobre a Máscara com Filtro ou Respirador com Filtro, fique de olho no nosso artigo de hoje! Iremos explicar para você o que é de fato este equipamento, e como escolher corretamente este EPI.
Boa leitura!
O que é a Máscara com Filtro?
Máscara com Filtro é como é conhecido o Equipamento de Proteção Respiratória que possui filtros acoplados para oferecer a proteção desejada. Como dissemos anteriormente, o correto é chamar este equipamento de Respirador, mas iremos nos referir desta forma visando a compreensão daqueles que o conhecem assim.
Antes de mais nada, é válido ressaltar que um respirador tem como principal função proteger as vias respiratórias do usuário contra a inalação de contaminantes que estejam presentes no ar. Por este motivo, ele próprio funciona como um filtro, que filtra as impurezas do ar para que não sejam inaladas.
Alguns modelos deste EPI já são o próprio filtro em si, fazendo com que o usuário possa utilizar uma peça única para sua segurança. Já outras opções, possuem a necessidade de acoplar filtros adjacentes. Ou seja, o produto não possui esta característica, porém, a mesma deverá ser incluída para que a proteção funcione.
Dessa forma, podemos dizer que existem 4 tipos diferentes de EPIs conhecidos como “Máscara com Filtro”. São eles:
- Respirador Facial;
- Respirador ¼ Facial;
- Respirador Semi Facial;
- Respirador Sem Manutenção.
O último da lista, chamado Respirador Sem Manutenção, é o único que já possui o filtro no próprio equipamento, sendo este uma peça única conforme havíamos falado. Todos os outros anteriores possuem a necessidade de acoplar filtros específicos, o que tem suas vantagens e desvantagens.
Vantagens x Desvantagens
A maior vantagem, é que o tempo de uso de um EPI onde se adiciona filtros é geralmente maior do que os demais. Isso porque uma vez utilizados – e contaminados – os respiradores que já são o próprio filtro, estes deverão ser descartados uma vez que não sejam laváveis.
Agora, os respiradores que possuem a possibilidade de acoplar os filtros, possuem também a possibilidade de substituir estes filtros sempre que estiverem contaminados. Assim, o EPI permanece por mais tempo na empresa, enquanto apenas os filtros são substituídos na frequência necessária.
Ou seja, você pode até pensar que é mais trabalhoso adquirir uma “Máscara com Filtro” e ter que adquirir os filtros separadamente. Mas no final das contas, pode acabar sendo mais vantajoso.
Mas calma, é muito importante fazer um adendo aqui: não é simplesmente chegar na loja e escolher um respirador que já venha ou não venha com filtros. Quem vai decidir isso não é você mas, sim, a análise de riscos do ambiente de trabalho.
Essa análise deverá partir de programas já conhecidos, como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, ou então pelo Programa de Gerenciamento de Riscos, que entrará em vigor este ano para a substituição do PPRA.
Estes programas visam justamente analisar, identificar e desenvolver as Medidas de Controle de Risco para eliminar ou atenuar os riscos do ambiente. Dentre estas medidas está a utilização de EPIs como os Respiradores, também conhecidos como “Máscara com Filtro”.
Como escolher o seu Respirador (Máscara com Filtro)?
Para escolher o respirador, segundo a NR 9, deverá ser elaborado o PPRA (ou o PGR? Saiba mais aqui!). Este programa visa realizar a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.
Havendo a identificação do Risco Respiratório, então além do programa anterior, deverá ser feito um Programa de Proteção Respiratória. Este é um projeto único e exclusivo para tratar dos riscos respiratórios e como contê-los. É através dele que os EPIs para Proteção Respiratória são identificados.
Sendo constatada a necessidade de um Respirador, ou Máscara com Filtro, você ainda deverá saber escolher por entre cada um dos modelos que vimos acima. Por isso, vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles.
- Respirador Facial: possui a necessidade de acoplar os filtros. Funciona como uma peça que já oferece proteção para os olhos e para o rosto inteiro do usuário.
- Respirador ¼ Facial: modelo bem menor do que o anterior, também exige a necessidade de colocar um filtro, mas não oferece proteção para o rosto, apenas a proteção respiratória mesmo, sendo necessária a utilização de óculos de proteção em conjunto.
- Respirador Semi Facial: este modelo é maior que o anterior, mas menos que o primeiro da lista. Também exige a colocação de filtros, e não oferece proteção ocular. No entanto, abrange uma área do rosto maior que o anterior.
- Respirador Sem Manutenção: de todos os respiradores, este é o único que não exige a utilização de filtros externos, já que o EPI funciona como o próprio filtro. Ao contrário dos demais, este deve ser descartado após o uso.
Conhecendo os riscos do ambiente e os equipamentos disponíveis, será possível identificar qual a Máscara com Filtro, ou Respirador, será necessário e assim fazer uma escolha correta.
Mas é só isso?
Na verdade, não para por aí. Outro fator relevante na hora de escolher o melhor equipamento é o estado de saúde dos colaboradores. Como assim? É bem isso que você leu. Os exames médicos realizados no PCMSO, entre outros, também devem entrar na análise para a identificação do melhor EPI.
Além disso, para que esta avaliação médica seja eficiente, nela deverá constar:
- o peso do respirador, o porte físico do colaborador, frequência cardíaca e respirometria, principalmente se o uso do equipamento for prolongado;
- se o profissional faz uso de lentes de contato (informação que deve constar no prontuário);
- caso haja histórico de alergias ou irritações na pele provocadas por sensibilidade ao contato com algum material presente no respirador;
- se o colaborador fará uso simultâneo de outros EPIs ou de ferramentas pesadas.
Tudo isso é muito importante para que o equipamento seja de fato um aliado, e não um produto que transmitirá a sensação de falsa segurança, o que seria ainda mais grave.
Bem, agora você deve estar se perguntando: ok, já sei escolher o Respirador, agora como como escolher o Filtro do Respirador?! E é isso que veremos a seguir.
Como escolher o Filtro para o Respirador?
O primeiro passo para escolher o Filtro para Respirador correto é levar em consideração o PPR da FUNDACENTRO. Será através desta regulamentação que você terá em mãos tudo que precisa para decidir qual produto será necessário. No entanto, aqui iremos elencar outros pontos importantes a se levar em conta.
Como você pode observar, a Máscara com Filtro serve para proteger o usuário contra a inalação de contaminantes que podem vir em partículas sólidas ou líquidas: poeiras, fumos e névoas; ou substâncias gasosas: gases e vapores.
Só essa informação já indica o principal que precisamos saber: a escolha do filtro deverá partir da identificação e análise dos riscos encontrados no ambiente de trabalho! Se forem partículas sólidas, o filtro deverá ser X. Se forem substâncias gasosas, o filtro deverá ser Y.
Uma boa dica para identificar estes produtos é pelas cores. Cada um destes filtros é elencado por uma cor específica, que fará relação com o contaminante ao qual oferece proteção.
Para mostrarmos essa parte a você, vamos utilizar a tabela da EN 14387, a norma responsável pelas classes dos filtros de respiradores. Veja bem essa relação:
Além disso, existem as classes de filtros, que fazem referência aos Filtros Químicos. Essas classes podem ser de números 1, 2 ou 3 e, cada uma delas, se diferencia pela quantidade de concentração do contaminante em que o filtro será exposto.
As Classes de Filtros que são eficientes contra Partículas, por exemplo, irão determinar o nível de eficiência do produto para a retenção de aerossóis sólidos e líquidos. Para uma fácil compreensão, observe a tabela abaixo:
P1 = 80%, P2 = 94%, P3 = 99,95 %.
E os Cartuchos Químicos e Filtros Mecânicos?
Outra dúvida bem frequente quando falamos de Máscara com Filtro ou os Respiradores, é quanto ao Cartucho Químico. O que acontece é que o Cartucho Químico só pode ser utilizado contra gases e vapores, já que é produzido através de carvão ativado.
Estes modelos não podem ser utilizados para a proteção contra riscos particulados, como poeiras, névoas e fumos. A não ser que este cartucho seja utilizado em conjunto com um filtro mecânico (já que existe essa opção no mercado).
O prazo de validade destes cartuchos é de mais ou menos 2 anos para os filtros químicos, por exemplo. A durabilidade varia de acordo com os riscos aos quais o produto será exposto, a concentração de contaminante, umidade do ar e, é claro, uso e conservação do equipamento. Lembrando, é claro, que qualquer alteração observada pelo usuário deverá ser comunicada e o EPI deverá ser substituído.
Existem, ainda, os Filtros Mecânicos, que são geralmente produzidos através de uma malha de microfibras sintéticas muito eficientes para a proteção contra os riscos particulados, não sendo recomendada a utilização para gases e vapores. Exatamente o contrário dos Cartuchos.
O tempo de vida útil também dependerá do tipo de contaminante, tempo de exposição, concentração e umidade de ar, tal qual o que vimos anteriormente.
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