Luva de Procedimento: tudo que você precisa saber!

Tempo de Leitura: 7 minutos
luva de procedimento

A Luva de Procedimento é um dos EPIs mais comuns no mundo inteiro, representando cerca de 21% do mercado de Equipamentos de Proteção no Brasil. Para fins de comparação, o setor de Calçados de Segurança ficou com pouco mais de 20%.

Os dados são do Indicadores do Mercado de 2018, elaborado pela ANIMASEG (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho). Assim, comprovamos o que já era esperado: esse é o tipo de luva de segurança mais utilizado no país. Por isso, necessita tanto cuidado ao ser escolhido. 

Isso porque como qualquer outro EPI, a Luva de Procedimento é essencial para preservar a saúde e segurança física do trabalhador nas mais variadas áreas. Se o responsável acabar optando por um modelo inadequado, poderá estar colocando o usuário da luva em risco. 

Por isso, se você tem dúvidas de como identificar o modelo ideal desse tipo de luva de segurança tão utilizado em tantas profissões, fique ligado neste artigo! Iremos mostrar a você não apenas o que é uma luva de procedimento, como também os diferentes modelos, principal função, boas práticas para utilização e muito mais! 

Boa leitura.

O que é a Luva de Procedimento?

Muito provavelmente você já viu algumas Luvas de Procedimento por aí. Seja no consultório do dentista ou em qualquer atendimento médico, este EPI é fundamental para a segurança não só do trabalhador, como também do paciente.

Segundo o livro “Doctors: The Biography of Medicine”, de Sherwin B. Nuland, a primeira Luva de Procedimento que surgiu foi nos Estados Unidos, há muitos anos. De acordo com a narrativa, um médico conhecido como Dr. Halsted desenvolveu as luvas para proteção das mãos de uma de suas enfermeiras, que sofria de uma grave dermatite. 

A ideia era proteger contra desinfetantes como o cloreto mercúrio e ácido carbólico. Para isso, o Doutor encomendou para a empresa Goodyear Rubber Company dois pares de Luvas, a fim de fazer um experimento. No final das contas, o resultado foi tão positivo que o médico ampliou as encomendas, contemplando mais gente da sua equipe com o EPI. 

Hoje em dia, a Luva de Procedimento é um objeto indispensável em muitas áreas mas, principalmente, na área da saúde. Veja como este equipamento é definido no documento de recomendações sobre o uso de luvas na área da saúde.:  

“Quanto ao tipo de luva: 

(…)

2. Luva para Procedimentos Não Cirúrgicos (luva não estéril): produto feito de borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural e sintética, e de policloreto de vinila, de uso único, para utilização em procedimentos não cirúrgicos para assistência à saúde. “

Este documento foi lançado pela Secretaria de Estado da Saúde, Centro de Vigilância Epidemiológica e Divisão de Infecção Hospitalar em 2016. Como você pode ver, a Luva de Procedimento pode ser feita de diversos materiais e isso nos leva ao próximo tópico.

Tipos de Luva de Procedimento

A principal característica que diferenciará uma Luva de Procedimento da outra é o material em que foi produzida. Isso é importante pois dependendo do material, a luva poderá oferecer mais ou menos proteção. Por isso, é importante ficar atento! 

Dessa forma, luvas de procedimento podem ser feitas em três materiais diferentes:

  • Látex
  • Vinil
  • Nitrilo

Vamos ver cada uma delas abaixo. 

Luva de Procedimento de Látex

As Luvas de Procedimento feitas em Látex são produzidas a partir da borracha natural, extraída da árvore Hevea Brasiliensis. É o modelo mais comum por entre funcionários da área da saúde, pois apresentam boa resistência e excelente custo-benefício. 

Se comparadas às Luvas Nitrílicas, por exemplo, as Luvas de Látex são consideradas mais confortáveis, pois são mais elásticas e maleáveis. Este modelo também possui a opção com ou sem pó de amido, que facilita a colocação das luvas e absorve a transpiração durante o uso. Se você não gostar, pode optar pelo modelo sem o pó, que a proteção será a mesma. 

Além disso, outra característica é o comprimento do punho. Alguns modelos específicos podem oferecer o punho alongado, para uma proteção extra desta parte do corpo. Você também poderá optar pelos modelos anatômicos, que também são considerados mais confortáveis do que os modelos comuns. 

A Luva de Procedimento fabricada em látex deverá atender as exigências mínimas de três órgãos públicos fiscalizadores: o Inmetro; a Anvisa e o Ministério do Trabalho. Essas três entidades certificam que o produto esteja apto para oferecer a proteção desejada. 

O único ponto negativo da Luva de Procedimento produzida em Látex é a própria matéria-prima. Existem cada vez mais pessoas propensas a desenvolver uma sensibilidade à este material, que pode acabar desenvolvendo uma alergia.

Nestes casos, recomenda-se o uso de outra Luva Descartável que não possua Látex Natural em sua composição. É o caso das Luvas Vinílicas ou Nitrílicas que nós veremos logo abaixo. 

Luva de Procedimento Vinílica

A Luva de Procedimento de vinil é uma excelente opção para aquelas pessoas que possuem alergia ao látex. Além de não possuir a borracha natural na sua composição, oferecem boa resistência e uma excelente durabilidade. 

São aprovadas pela ANVISA para utilização em procedimentos médicos e odontológicos. No entanto, desde que não haja o contato com fluidos corpóreos. O motivos é simples: a Luva de Procedimento feita em vinil não oferece a devida proteção contra possíveis contaminações. 

Por este motivo, esse modelo é recomendado para trabalhos que envolvam, por exemplo, o manuseio de alimentos, agricultura, produtos químicos simples, entre outros. São muito confortáveis e se ajustam às mãos tal qual as luvas de látex. 

Quanto ao preço, podemos dizer que este é o modelo mais em conta. Mas lembre-se sempre de que o preço não deve ser o fator decisivo na hora da Compra do EPI. Neste caso por exemplo, a Luva de Vinil é mais barata justamente por não oferecer a proteção contra contaminações e fluidos corpóreos. 

Outra vantagem deste modelo de Luva de Procedimento é a sensibilidade tátil. Mesmo sendo menos elástico que os outros dois modelos, a luva oferece proteção sem que o trabalhador perca a sensibilidade para o trabalho manual. 

Luva de Procedimento Nitrílica

Essa é mais uma boa alternativa às populares Luvas de Látex para quem possui alergia. Isso porque o Nitrilo é uma borracha sintética que surgiu justamente para suprir essa necessidade, sem que o EPI perdesse sua segurança. 

Ao contrário do modelo anterior, as luvas feitas em Nitrilo oferecem proteção adequada contra fluídos corpóreos e agentes patogênicos transmitidos pelo sangue. Por este motivo, podem ser utilizadas em procedimentos médicos e odontológicos que ofereçam essas condições. 

Além disso, a Luva Nitrílica é cerca de 3x mais resistente contra rasgos e perfurações do que a luva de látex e a de vinil. Também é um equipamento com todas as certificações das entidades responsáveis e portanto oferece a segurança necessária para as atividades em que é destinada. 

Entre as profissões que mais buscam a Luva de Procedimento Nitrílica, estão médicos, dentistas, esteticistas, tatuadores, médicos veterinários, entre muitos outros. Essa é uma luva muito versátil, resistente e pode ser encontrada de diversas cores diferentes. 

Boas práticas para Utilização

Para realizar uma utilização adequada das Luvas de Procedimento, o usuário deverá seguir as recomendações da ANVISA. Segundo a Folha Informativa número 6, referente ao Uso de Luvas, existem 6 recomendações principais: 

  1. O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos com preparação alcoólica ou água e sabonete.
  2. Use luvas quando puder ser prevista a ocorrência de contato com sangue ou outro material potencialmente infeccioso, membranas mucosas ou pele não intacta.
  3. Remova as luvas após auxiliar um paciente. Não use o mesmo par de luvas para assistir mais de um paciente.
  4. Quando estiver usando luvas, troque-as ou remova-as nas seguintes situações: ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente; após tocar um local ou superfície contaminada e antes de tocar um local limpo ou o ambiente de assistência.
  5. Evite usar, novamente, o mesmo par de luvas. Se as luvas forem reprocessadas, é necessário desenvolver um método adequado e validado de reprocessamento para garantir a integridade das luvas e a descontaminação microbiológica.
  6. O uso de duas luvas é considerado uma prática adequada em países com alta prevalência de HBV, HCV e HIV para procedimentos cirúrgicos longos (>30 minutos), para procedimentos com contato com grandes quantidades de fluidos corporais e para alguns procedimentos ortopédicos de alto risco.

Além disso, tanto as Luvas de Procedimento quanto as Luvas Cirúrgicas deverão seguir as indicações da Pirâmide abaixo, também elaborada pela ANVISA. 

luva de procedimento

Como retirar as Luvas de Procedimento? 

As boas práticas para a utilização das Luvas de Procedimento vão até a hora de retirá-las. No nosso canal do youtube, temos um rápido vídeo que ensina direitinho como retirar com segurança as Luvas de Segurança contaminadas. 

Dê o play e assista agora mesmo: 

Como escolher a sua Luva de Procedimento

Para escolher qual a melhor Luva de Procedimento, você deverá levar em consideração alguns fatores importantes. O primeiro e talvez mais importante deles, é para qual objetivo serão utilizadas as luvas. Você viu neste artigo que cada uma delas tem suas especificidades que devem ser respeitadas. 

Identificando para qual atividade a luva será utilizada, a equipe responsável pelo PPRA identificará os riscos e a partir disso, os EPIs necessários. Entre eles, a Luva de Procedimento. Feito isso, você poderá partir para a decisão de qual modelo escolher. 

Neste momento, você poderá optar pelo material em que a luva é feita: látex, vinil ou nitrilo? Lembre-se sempre que você pode voltar até este artigo para consulta quando surgirem dúvidas à respeito dos materiais. Respeite as limitações de cada um e escolha o produto que for mais adequado para a atividade em questão e para o colaborador. 

Logo, lembre-se de verificar se o EPI possui todas as certificações necessárias de segurança para garantir que foi fabricado e testado adequadamente. Um exemplo disso é o Certificado de Aprovação, ele deve estar dentro da validade no momento da compra do equipamento. 

Verifique também, o prazo de validade do EPI. Jamais permita que um colaborador utilize um equipamento fora da validade. Isso estaria colocando a sua saúde e segurança em risco, sem contar em multa e/ou processos judiciais para a empresa. 

Luvas de Procedimento x Luvas Cirúrgicas 

Muita gente ainda se confunde quanto às Luvas de Procedimento e as Luvas Cirúrgicas. A diferença principal entre elas está na esterilidade. As Luvas Cirúrgicas são luvas esterilizadas, e por isso podem ser utilizadas em procedimentos mais invasivos.

Já as Luvas de Procedimento não são estéreis e, por isso, não podem ser utilizadas nesses casos. Sendo recomendadas, apenas, para procedimentos médicos menos invasivos, de acordo com o material em que for feita (como você viu anteriormente). 

Se você deseja saber mais sobre esses dois tipos de luvas e suas peculiaridades, pode aproveitar o artigo que criamos sobre isso. 

Confira aqui as nossas opções para Luva de Procedimento

Continue a sua leitura com Luva descartável: Látex natural, Nitrílica ou Vinil.

2 comentários em “Luva de Procedimento: tudo que você precisa saber!”

    1. Olá, Adriano!

      Dependendo dos modelos que serão utilizados, não há problema algum. Chama-se proteção combinada ou simultânea.
      Inclusive é bem comum como por exemplo, creme de proteção + luvas ou luva para baixa ou alta temperatura + luva impermeável ou luva de malha de aço + luva de procedimento e diversas outras combinações.

      No entanto, sempre sugerimos que o cliente busque uma solução que atenda à todas as necessidades.

      Hoje em dia, o mercado já proporciona muitas opções. O que acarreta na diminuição considerável dessas situações de proteção combinada.

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