Conhecer o nível de atenuação de ruído é importante pois os problemas auditivos são muito comuns entre os brasileiros. E se engana quem pensa que a exposição a estes ruídos acontece somente durante a jornada profissional – a verdade é que estamos expostos a este agente diariamente e não só em certos ambientes de trabalho.
Por este motivo, para termos total controle do impacto que este agente poderá causar na nossa vida, devemos considerar não somente sua incidência no horário de trabalho, como também no dia a dia. Ou seja, se você trabalha em um ambiente de muito ruído deverá tomar ainda mais cuidado durante o resto do dia.
Situações como ouvir música muito alta, turbina de avião, bares e restaurantes e até mesmo uma conversa no escritório demonstram níveis muitas vezes elevados em decibéis. Assim, prestar atenção nas normas de segurança bem como as boas práticas para a saúde auditiva é muito importante para a proteção do trabalhador.
Hoje em dia já existem aplicativos que fazem uma medição diária para você ter uma ideia dos níveis de ruídos que você ficou exposto ao celular, por exemplo. Pequenas facilidades e atitudes que se tomadas podem fazer a diferença em um futuro próximo.
Então se você deseja saber mais sobre o nível de atenuação de ruído, quais os níveis de ruído das atividades do dia a dia, como se proteger e muito mais, fique ligado neste artigo! Iremos mostrar a você tudo isso e muito mais. Boa leitura
Limites de Ruído no Organismo segundo a OMS
Como dissemos antes, não é só no ambiente de trabalho que estamos expostos a ruídos que podem prejudicar a nossa audição no longo prazo. O que acontece é que, segundo a Organização Mundial da Saúde, existe um limite diário de decibéis que não deveríamos ultrapassar.
No entanto, algumas profissões, por si só, já ultrapassam esse limite, fazendo com que a perda auditiva seja um potencial problema futuro. É aí que entram os EPIs e as demais medidas de controle de risco que levam em consideração o nível de atenuação do ruído.
Veja quais os limites estipulados pela OMS para preservação da saúde auditiva:
- Até 55 decibéis: Nível de conforto. Equivalente a uma rua sem muito trânsito.
- De 55 a 65 decibéis: Nosso organismo começa a reagir. Aqui já há uma perda da concentração e da produtividade. É possível surgirem dores de cabeça e cansaço.
- De 65 a 70 decibéis: O organismo busca agir com o intuito de se adaptar ao ambiente. Aqui já há uma instabilidade nas defesas do organismo.
- Mais de 70 decibéis: Considerado o nível inicial de desgaste do organismo. O estresse se intensifica e podem surgir problemas infecciosos ou de hipertensão. Como exemplo pense em uma rua bem movimentada.
- De 80 a 85 decibéis: Essa é a faixa de tolerância dentro de um ambiente de trabalho. Qualquer nível acima disso já torna-se obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual.
- Acima de 85 decibéis: Riscos elevados. Aqui o uso de EPI é fundamental mas, além disso, é imprescindível respeitar os limites de exposição em um ambiente com essa intensidade de risco.
Para você ter uma ideia, em uma casa noturna, geralmente os decibéis podem ultrapassar os 110. Nestes casos, segundo a OMS, o correto seria permitir a nossa exposição por no máximo 30 minutos. E detalhe: fazemos isso sem nenhum tipo de EPI.
Ruídos no Dia a dia
Abaixo iremos elencar alguns níveis de ruídos que temos comumente no nosso dia a dia e muitas vezes não nos damos conta que estamos expostos. Lembrando que nem sempre somos obrigados a usar EPIs, mas sempre que pudermos fazer uso dos equipamentos de proteção, melhor será para a nossa saúde no futuro.
- Avião na pista, com motor ligado: 116 decibéis;
- Avião no ar: de 78 a 85 db (depende do modelo);
- Secador de Cabelo: de 90 a mais de 100 decibéis, dependendo do modelo;
- Trânsito: dentro de um carro, com vidros fechados, o barulho pode chegar a 70db.
- Estabelecimentos: conversas e televisão ligada podem chegar a 84 decibéis;
- Praia: as ondas do mar podem chegar a 48 decibéis, dependendo do tamanho;
- Alarme de carro: 81,6 decibéis.
Essas são as situações mais comuns do cotidiano onde estamos expostos a ruídos intensos que podem nos trazer problemas de saúde no futuro. No entanto, durante o trabalho isso também é muito comum, como você pode imaginar.
Por isso, separamos para você abaixo alguns exemplos ocorridos no ambiente profissional onde os trabalhadores muitas vezes estarão expostos:
- Máquinas perfuradoras: cerca de 90 decibéis;
- Motosserras: 100db;
- Martelos pneumáticos: 110db;
- Disparo de arma de fogo: 120 decibéis;
- Buzina de veículos: 120db.
- Explosões: por volta de 140db;
Como fazer a Medição em Ambientes Profissionais?
O método mais comum para a medição dos ruídos de um ambiente é a avaliação quantitativa. Através dela, o profissional consegue avaliar os níveis de exposição dos trabalhadores aos ruídos de um ambiente, enquanto realizam suas atividades.
Esta avaliação quantitativa deverá utilizar aparelhos como o Dosímetro para realizar sua medição. Somente assim será possível avaliar os ruídos. Em outras situações, O Decibelímetro também deve ser utilizado. Mas neste caso, somente para avaliar os picos do ruído de um local.
Ou seja, o Decibelímetro é ideal para monitorar a incidência do ruído no local enquanto o dosímetro deve ser utilizado para qualificar e definir a dose de uma jornada inteira de trabalho, calculando a média de ruído correta.
E no nosso dia a dia, como observar os ruídos?
Para quem possui iPhone, temos uma boa notícia. O celular avalia para você a sua intensidade de ruídos em decibéis através de fones de ouvido por dia e por semana.
É interessante para você ficar de olho e cuidar com atenção para evitar todo tipo de doença auditiva no futuro. Veja nos prints que tiramos abaixo:
As imagens acima foram retiradas do app Saúde, que fica dentro do próprio iPhone. É só abrir, clicar em Níveis dos Fones de Ouvido e observar suas informações.
Nível Atenuação de Ruído: NRR e NRRsf
Em uma situação profissional, havendo a comprovação da necessidade, ou seja, dos níveis elevados de ruídos, o uso de EPIs de Proteção Auditiva deverá ser empregado. E, para isto, o nível de atenuação de ruído deverá ser levado em consideração.
Para isso, você irá se deparar com duas metodologias de atenuação de ruído para protetores auditivos: a NRR e a NRRsf. Essas duas normas não expressam seus valores em decibéis mas, sim, em índices que podem ser subtraídos diretamente do nível de exposição do trabalhador, já que a soma de Dbs ocorrer por escala logarítmica e não aritmética (algoritmos manuais).
Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas metodologias:
- NRR → Noise Reduction ou Nível de Redução do Ruído (NRR), testa os protetores auditivos em ouvintes bem treinados com ajuda do executor do ensaio para obter uma colocação perfeita, no entanto, com o passar dos tempos, verificou-se que os valores obtidos eram diferentes do mundo real.
- NRRsf → Baseada na norma ANSI S12.6 – 1997 (B), que convencionou-se usar ouvintes não experientes, sem treino e sem ajuda pelo executor do ensaio para colocação do protetor auditivo, por isso o SF, que é abreviação de Colocação Subjetiva (do inglês, Subject Fit). Com isso, os resultados obtidos se aproximam mais da “real” atenuação.
E o que diz a NR 15?
A NR 15 é a norma regulamentadora responsável por determinar o tempo máximo de exposição diária do trabalhador para qualquer tipo de risco. Segundo a NR, o nível máximo de decibéis aos quais o trabalhador poderá ficar exposto durante 8 horas é de 85 db.
Veja bem: a OMS recomenda que o nível máximo para a nossa saúde no dia a dia é de 70 decibéis. No entanto, a Norma Regulamentadora determina que o trabalhador possa se expor a um nível mais elevado mas, para isso, deverá fazer uso dos Equipamentos de Proteção Individual adequados.
Havendo a necessidade do trabalhador se expor a um nível de 100 decibéis, por exemplo, durante toda sua jornada de trabalho, então a empresa deverá arcar com insalubridade e procurar meios de atenuação daquele risco.
A forma mais comum de atenuar os riscos sonoros, ou seja, de atenuação de ruídos é com a utilização do Equipamento de Proteção Individual. O mais comum entre eles é o abafador de ruído, sendo que, para a situação descrita acima, grande parte das empresas se preocupar apenas em comprar um EPI com 15 dB de atenuação, assim sendo de 100dB teríamos hipoteticamente 85dB quando utilizado um abafador de ruídos de 15dB.
Basicamente, toda a indústria segue esse perfil de análise (denominado como método curto de avaliação de ruídos), contudo, visando a garantir, de fato, a segurança do colaborador, é necessário adotar o procedimento mais criterioso de avaliação, chamado de método longo, onde verificamos a performance do protetor auditivo por bandas de frequências, segundo resultados obtidos em testes e expressos na tabela de atenuação e quais as frequências que prevalecem na ambiente para sabermos realmente se o abafador é capaz de cumprir com seu papel quanto a atenuação de ruídos para aquelas frequências.
PCA – Programa de Conservação Auditiva
O Programa de Conservação Auditiva é um programa obrigatório para as empresas e previsto pela NR 7 – a Norma Regulamentadora referente ao Controle Médico de Saúde Ocupacional. Seu intuito principal é determinar o conjunto de medidas que irá promover a segurança a fim de prevenir a surdez ocupacional.
Dessa forma, através de exames médicos periódicos, o PCA é capaz de promover a Segurança do Trabalho no ambiente através da saúde e segurança física dos colaboradores.
Assim, toda empresa que admitir funcionários em regime CLT e que ofereça ambientes onde exista o risco de altos níveis de ruídos e pressão sonora, deverá obrigatoriamente, realizar o Programa de Conservação Auditiva (PCA).
Para isso, é necessário contar com uma equipe multiprofissional que atue em conjunto. Isso porque as medidas que deverão ser adotadas deverão envolver as áreas não só de fonoaudiologia e medicina, como engenharia, treinamentos e administração.
Saiba mais sobre o Programa de Conservação Auditiva aqui.
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Continue a sua leitura com EPIs para proteção auditiva e os níveis de ruído.