A Proteção Térmica é um dos fatores fundamentais para o conforto e segurança dos trabalhadores que lidam com Altas Temperaturas. Isso porque a exposição à este agente de risco pode causar danos à saúde se não for devidamente atenuada.
A verdade é que são muitas as características que ajudam a determinar as condições adequadas de trabalho em uma empresa. O nível de conforto térmico definitivamente é uma delas e por isso deve ser levado em consideração para a Segurança do Trabalho.
Para isso, deverão ser analisados outros fatores importantes, como:
- Fatores Físicos: temperatura do ar, velocidade e umidade;
- Psicológicos: saúde mental do funcionário; e
- Fisiológicos: resposta do nosso corpo a uma determinada condição.
Assim, chegamos a uma conclusão quanto aos padrões térmicos de conforto dentro do ambiente de uma empresa: se são condizentes com as normas ou não. Esse passo é muito importante para evitar acidentes do trabalho e proteger os trabalhadores.
Só assim será possível definir as estratégias que colocarão em prática as Medidas de Controle de Risco. Dentre essas estratégias, está a Proteção Térmica para o Corpo, já que as Altas Temperaturas nem sempre poderão ser eliminadas por completo.
Se você tem alguma dúvida quanto a este assunto, fique ligado no artigo de hoje! Iremos mostrar a você os principais riscos do desequilíbrio térmico, quais as normas que você precisa ficar atento, os EPIs para a Proteção Térmica e muito mais. Boa leitura!
Riscos da Exposição a Altas Temperaturas
São muitos os riscos que a exposição direta a altas temperaturas pode causar à saúde dos trabalhadores. Dentre as mudanças fisiológicas, está o aumento da temperatura corporal (estado febril) e o desequilíbrio nos batimentos cardíacos. Sinais que podem desencadear outras doenças graves e até mesmo a síncope do calor.
Síncope do Calor é como é chamada a enfermidade que ocorre quando determinados órgãos internos deixam de receber a oxigenação necessária para funcionar. A pior notícia é que os primeiros órgãos a serem atingidos são justamente o cérebro e o coração do trabalhador.
Outros problemas que podem aparecer caso não haja uma proteção térmica adequada é irritabilidade; fraqueza; problema de concentração; ansiedade; estresse… Todos esses sentimentos são causados pela alta exposição ao calor excessivo e, também, podem desencadear doenças mais graves como a depressão.
Vale ressaltar que esses problemas que estamos vendo são de curto a médio prazo. No entanto, a exposição a altas temperaturas sem a devida proteção também pode trazer danos aos trabalhadores no longo prazo. Isso pode ser ainda pior pois neste momento, pode ser tarde para realizar um tratamento.
Um exemplo disso é a desidratação, ou desequilíbrio hídrico, ocasionado pela perda excessiva de água no organismo. Esse fator é muito sério pois pode causar o envelhecimento precoce do organismo e o esgotamento dos sistemas muscular e vascular.
Se juntar Altas Temperaturas com Umidade então? Nem se fala! Os riscos são ainda maiores. Isso porque a água é um grande transmissor de calor e, portanto, ambientes muito úmidos, com muitas partículas de água no ar, acabam sendo ainda mais abafados.
Dessa forma, procurar por uma proteção térmica adequada é imprescindível para proporcionar um ambiente de trabalho confortável e seguro aos trabalhadores.
Proteção Térmica: O que é? Quando utilizar?
A Proteção Térmica é uma das Medidas de Controle de Risco a serem tomadas para a atenuação dos problemas causados por altas temperaturas. Também existe, é claro, a proteção térmica para baixas temperaturas mas isso veremos em um outro artigo.
Essas medidas preventivas a qual nos referimos possuem três fases, segundo a Hierarquia de Controle de Risco. Na fase um, realiza-se estratégias para eliminação do risco. Na fase dois, são realizadas estratégias para atenuação do risco no ambiente, quando este não puder ter sido eliminado por completo.
E na fase três, realiza-se estratégias para controle de risco no próprio receptor do agente de risco. Ou seja, no trabalhador que atua exposto às Altas Temperaturas! É nesta fase que entra a Proteção Térmica, repleta de equipamentos a fim de proteger o colaborador enquanto realiza suas atividades.
EPIs para Proteção Térmica
Como você viu, os EPIs para a Proteção Térmica são fundamentais para a saúde e segurança dos trabalhadores que atuam com altas temperaturas. Isso porque os efeitos de um desequilíbrio térmico causado pela falta de conforto no ambiente de trabalho pode causar inúmeros acidentes e/ou doenças ocupacionais.
Dessa forma, além de colocar a saúde dos seus funcionários em risco, você estará colocando a sua empresa sob risco judicial. Isso porque os EPIs são regulamentados pela NR 6 e, portanto, são de fornecimento obrigatório por parte da empresa.
Dentre os principais EPIs para a proteção térmica em altas temperaturas, estão:
- Óculos de Segurança com Proteção Infravermelha e Ultravioleta;
- Vestimenta térmica (ou macacão) para a proteção do corpo inteiro;
- Luva Térmica;
- Balaclava;
- Botas ou Botinas de Couro;
- Respirador;
- Colete Térmico;
- Meias Térmicas;
- Entre outros.
Além dos EPIs, também deverá ser feito um Enclausuramento dos processos que sejam fontes emissores de radiações; o Isolamento e a Sinalização da área de risco — onde há as temperaturas elevadas.
É certo que o trabalho nessas condições oferece riscos à segurança dos trabalhadores. No entanto, se todos fizerem a sua parte pela Segurança do Trabalho, esses agentes podem ser eliminados e atenuados, promovendo o trabalho mais seguro embora as adversidades.
Onde utilizar a Proteção Térmica?
Existem muitos segmentos e profissões que demandam a utilização da Proteção Térmica devido ao trabalho com altas temperaturas. São eles:
- Metalúrgicas;
- Siderúrgicas;
- Atividades que envolvam Soldagem;
- Gastronomia e ramo alimentício;
- Etc.
A maioria dos trabalhadores nessas áreas profissionais atuam alocados em ambientes de risco, onde há não só temperaturas elevadas, como radiações. Dessa forma, as ondas de calor são propagadas com facilidade o que eleva ainda mais as temperaturas do local.
Quando o ambiente de trabalho possui má ventilação ou um sistema de refrigeração pífio, esse agravante piora, aumentando ainda mais os riscos para os profissionais.
Normas que você precisa ficar atento
Existem algumas legislações específicas que você precisa ficar atento para oferecer uma proteção adequada aos seus colaboradores e proteger a empresa de riscos judiciais. São elas: NR 6; NR 17; ISO 7243 e ISO 7730. Vamos ver detalhadamente abaixo!
NR 6
A NR 6 é a Norma Regulamentadora que determina as obrigatoriedades quanto aos EPIs. Se tratando da Proteção Térmica, você pode conferir no Anexo I a lista dos equipamentos autorizados e certificados que possuem este nível de proteção.
Sempre que forem constatados os riscos de altas temperaturas, através do PPRA, os EPIs para Proteção Térmica deverão ser fornecidos, obrigatoriamente, pelo empregador. Além disso, a empresa deverá também:
- adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
- exigir seu uso;
- fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
- orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
- substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
- responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e
- comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
- registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.
Ao ser fornecido, os equipamentos de Proteção Térmica passarão a ser uma responsabilidade para o colaborador. Assim, o mesmo também deverá seguir o que diz a NR 6:
- usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
- responsabilizar-se pela guarda e conservação;
- comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
- cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
NR 17
A NR 17 é a Norma Regulamentadora responsável por determinar as boas práticas quanto à Ergonomia no ambiente de trabalho. Assim, ela define métodos que melhoram o dia a dia dos colaboradores, promovendo condições mais adequadas e a qualidade de vida durante as atividades.
No item 17.5 a NR define as condições ambientais para evitar o desgaste físico excessivo dos trabalhadores, acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Dessa forma, dentre os fatores mais importantes, vemos os que possuem ligação direta com a Proteção Térmica. São eles:
- índice de temperatura efetiva entre 20°C e 23°C.
- velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
- umidade relativa do ar não inferior a 40%.
ISO 7243
A ISO 7243 é uma norma responsável por realizar a estimativa do estresse por calor em cada um dos trabalhadores. Ela leva como base o Índice de Bulbo Úmido e Temperatura de Globo (IBUTG). Assim, é capaz de oferecer estratégias compatíveis com diversas áreas do mercado e de fácil identificação.
Por outro lado, nesta norma são avaliados apenas o efeito das Altas Temperaturas no corpo do colaborador que tenha sido exposto a um considerável período de tempo. O estresse causado por períodos curtos de exposição não entra na análise.
ISO 7730
A ISO 7730 é outra norma internacional que possui o objetivo de analisar e identificar a sensação térmica que é sofrida pelos trabalhadores expostos às altas temperaturas.Para isso, são analisados os fatores físicos como a atividade desempenhada, se foi utilizada a proteção térmica, qual vestimenta foi utilizada, entre outros.
Proteção Térmica é Segurança do Trabalho!
Oferecer Proteção Térmica para os colaboradores expostos a Altas Temperaturas é muito mais do que uma obrigação. É um ato de respeito e de consideração com o próximo!
Portanto, lembre-se sempre de seguir cada uma das normas de segurança – elas estão aí para servir como base e orientação quando você precisar.
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Continue a sua leitura com É o fim do CA nos EPIs? O que diz a Medida Provisória nº 905.