Como os riscos afetam a saúde do trabalhador na cozinha industrial?

Tempo de Leitura: 6 minutos

O ritmo de trabalho na cozinha industrial é intenso. Além dos riscos existentes, a maioria dos trabalhadores exercem inúmeras tarefas diferentes, de acordo com cada estabelecimento, que pode acabar sobrecarregando o empregado.

Além disso, alguns ambientes possuem condições de trabalho inadequadas. Como por exemplo, a falta ou problema de equipamentos, espaço pequeno, ambientes inapropriados, entre outros fatores que atrapalham o dia a dia do trabalhador. 

Esses fatores também acabam influenciando na produtividade, nas insatisfações, problemas de saúde e propiciar os acidentes de trabalho. Por este motivo, prezar pela qualidade de vida do colaborador no ambiente de trabalho é fundamental para a Segurança da equipe.

Se você deseja saber mais sobre os riscos que afetam a saúde do trabalhador na cozinha industrial, este artigo é para você. Iremos mostrar tudo que você precisa saber para preservar a saúde e a segurança física dos profissionais que atuam diariamente neste ambiente.. 

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Saúde do trabalhador na Cozinha Industrial

Os problemas de saúde são os maiores responsáveis por incapacitar o funcionário de exercer as atividades. E podem se dar de várias formas: esforços repetitivos, má postura, excesso de levantamento ou transporte de peso, entre outras atividades diárias que ao longo do tempo podem gerar doenças na vida do funcionário.

Diferente dos acidentes de trabalho que ocorrem de forma imediata, as doenças ocupacionais podem acontecer com o decorrer do tempo. São aquelas decorrentes da exposição do trabalhador a agentes nocivos sem a proteção necessária ou com o grau de exposição acima do tolerável por lei. 

Dessa forma, ambos trazem desvantagens não só para o trabalhador injuriado como para a empresa. Isso porque ao ser comunicado o acidente de trabalho ou doença ocupacional, o empregador poderá ser penalizado por suas irresponsabilidades. Ou seja, receber multas, processos judiciais, entre outros. 

Além disso, é válido ressaltar que o mais importante de tudo é que a saúde e a segurança física do trabalhador seja preservada. Por isso, atenuar os riscos presentes na Cozinha Industrial é não só obrigatório, como imprescindível para o desenvolvimento das atividades naquela companhia. 

4 Riscos da Cozinha Industrial

Se a nossa cozinha residencial já é um ambiente que oferece certos tipos de risco, quiçá uma Cozinha Industrial. Isso porque tanto o maquinário quanto as ferramentas de trabalho nestes ambientes são maiores, mais potentes e por isso acabam sendo mais agressivos. 

Assim, para que a alta produtividade seja promovida, é fundamental oferecer um ambiente seguro, que colabore para o andamento das atividades com proteção. Portanto, identificar, avaliar e desempenhar medidas de atenuação para os riscos encontrados é tão importante.

Essa análise deverá partir através da elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o PPRA. Este programa é obrigatório e regulamentado pela NR 9, e tem como principal intuito apontar os riscos presentes na Cozinha Industrial para, então, traçar as medidas de controle de risco.  

Por este motivo, os agentes de risco poderão variar de ambiente para ambiente. No entanto, há uma série de fatores comuns que podemos encontrar com facilidade na maioria das cozinhas industriais por aí. São eles: 

  • Choque Elétrico;
  • Queimadura;
  • Quedas;
  • Cortes e perfurações. 

Vamos ver cada um deles abaixo? 

1) Choque Elétrico

Dentro de uma cozinha, os choques elétricos estão por toda parte. O mesmo acontece nas Cozinhas Industriais e por isso este é um dos riscos mais importantes a se cuidar. Existem muitas máquinas e aparelhos que são movidos à eletricidade e, por isso, é fundamental que não sejam manuseados com as mãos molhadas. 

2) Queimaduras

As queimaduras certamente são os primeiros problemas a serem lembrados ao se tratar de riscos em uma cozinha não é mesmo? Não é a toa que este é mesmo o principal causador de acidentes do trabalho nestes ambientes. 

Seja queimaduras por óleos quentes, pelo próprio fogo ou por encostar em superfícies quentes, todas são desagradáveis e devem ser evitadas. Neste caso existe a necessidade da utilização dos EPIs para Cozinha Industrial, que deverão ser fornecidos gratuitamente pelo empregador aos funcionários. 

3) Cortes e Perfurações

Facas, cortadores e outros tipos de objetos afiados estão sempre presentes na Cozinha Industrial trazendo riscos à saúde dos trabalhadores. Além de causarem cortes e perfurações, ao causarem esses acidentes, acabam por contaminar o alimento que deverá ser descartado. 

Para evitar esse tipo de acidente que mais uma vez os EPIs tornam-se imprescindíveis para minimizar os riscos neste ambiente de trabalho. 

4) Quedas

A grande maioria das Cozinhas Industriais possui piso frio, por questões de higiene, fácil limpeza entre outros. Dessa forma, muitas vezes torna-se úmido e escorregadio devido aos vapores e condensações causados pelo calor do ambiente. 

Quando isso acontece, pode acontecer escorregões e quedas dos trabalhadores que muitas vezes deslocam-se apressados de um lado a outro. Além dos Calçados de Segurança, fundamentais nessas situações, às vezes é necessário a implantação de pisos antiderrapantes. 

A escolha de um sapato de segurança adequado para o trabalho na cozinha é essencial para a prevenção de acidentes.

Esses são 4 dos mais comuns riscos que podem ser encontrados na Cozinha Industrial. Além destes, outros agentes poderão ser identificados e deverão estar previstos no PPRA para serem devidamente eliminados ou atenuados através das Medidas de Controle de Risco.

Doenças Ocupacionais para os trabalhadores

As principais doenças ocupacionais encontradas na cozinha industrial são:

  • Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT): causadas pela repetição excessiva de movimentos ou postura inadequada, causando uma dor crônica que tende a piorar ao longo dos anos. A LER não ocorre necessariamente em um ambiente de trabalho, já a DORT é exclusivamente no dia a dia do profissional.
  • Doenças Ocupacionais Psicossociais: a pressão excessiva pode gerar problemas emocionais, como depressão, estresse, entre outras. Os maiores causadores são o ritmo agressivo de trabalho, carga horária excessiva, isolamento, dificuldades ou desentendimentos no ambiente de trabalho.

É importante manter o local organizado e higienizado para evitar novos acidentes. Assim como, disponibilizar os equipamentos de proteção individual adequados e ficar atento na qualidade dos produtos!  

Lembre-se que além de úteis, os EPIs precisam ser confortáveis para que o trabalhador possa exercer as atividades da jornada de trabalho. O conforto aliado à segurança do trabalho irá refletir em produtividade no dia a dia.

Se o trabalhador da cozinha industrial estiver em condições adequadas para exercer as atividades, equipamento de segurança correto e confortável, o resultado será a diminuição dos acidentes e doenças ocupacionais. Investir em segurança do trabalho, é investir na saúde dos seus trabalhadores! 

Cozinha Industrial e a ANVISA

Em casos de Auditorias Fiscais, é fundamental que a sua empresa esteja em dia com cada uma das determinações exigidas pela ANVISA! Você sabe quais são elas? Fique tranquilo, nós vamos te explicar! 

Quando ocorre de um fiscal da Vigilância Sanitária comparecer ao estabelecimento para realizar uma fiscalização, ele irá verificar se as exigências da ANVISA estão sendo cumpridas. O intuito dessa atividade não é intimidar você e a sua empresa mas, sim, verificar se todos estão agindo pela Segurança do Trabalho. 

Portanto, salve este artigo ou tome nota dos principais itens a serem conferidos pela entidade em casos de auditorias fiscais:

  1. A higiene da Cozinha Industrial como um todo, incluindo dispensa, estoque, freezers, geladeiras, entre outros;
  2. A higiene dos funcionários que manipulam os alimentos;
  3. Manejo de resíduos orgânicos;
  4. Controle integrado de vetores e pragas;
  5. Presença de um Responsável Técnico;
  6. Implantação das Boas Práticas de Manipulação de Alimentos;
  7. Presença do Manual de Boas Práticas e POPs;
  8. Treinamento de equipe;
  9. Documentação do estabelecimento.

Reduzindo os Riscos na Cozinha Industrial

Além das regulamentações da ANVISA que você viu acima, existem outras condições que também foram determinadas pela entidade e que deverão ser realizadas. 

São elas: 

  • As instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem ser mantidos em condições higiênico sanitárias apropriadas;
  • Substâncias odorizantes e ou desodorantes não devem ser utilizadas nas áreas de preparação e armazenamento dos alimentos;
  • Os produtos saneantes utilizados na cozinha industrial devem estar regularizados pelo Ministério da Saúde (nada de produto do caminhão de limpeza!);
  • Os uniformes dos funcionários responsáveis pela atividade de higienização das instalações sanitárias devem ser diferentes daqueles utilizados na manipulação de alimentos;
  • Deve existir um conjunto de ações eficazes e contínuas de controle de vetores e pragas urbanas;
  • Deve ser utilizada somente água potável para manipulação de alimentos, tanto para gelos ou cozimento no vapor;
  • O reservatório de água deve ser higienizado, em um intervalo máximo de seis meses, devendo ser mantidos registros da operação;
  • Os resíduos devem ser freqüentemente coletados e estocados em local fechado e isolado da área de preparação e armazenamento dos alimentos;
  • Os manipuladores devem usar cabelos presos e protegidos por redes ou toucas;
  • Não é permitido o uso de barba;
  • As unhas devem estar curtas e sem esmalte ou base;
  • Durante a manipulação, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem;
  • Os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde;
  • As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser armazenados em local limpo e organizado, de forma a garantir proteção contra contaminantes;
  • O tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam a temperatura de, no mínimo, 70ºC;
  • Os óleos e gorduras utilizados devem ser aquecidos a temperaturas não superiores a 180ºC;
  • O descongelamento deve ser efetuado em condições de refrigeração à temperatura inferior a 5ºC ou em forno de microondas quando o alimento for submetido imediatamente à cocção;
  • Os serviços de alimentação devem dispor de Manual de Boas Práticas e de Procedimentos Operacionais Padronizados.
Gostou? Você pode se interessar pelo post sobre a importância dos EPIs na cozinha industrial.

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